sábado, 24 de janeiro de 2009

Eu amo meus amigos

E quando os apresento e digo que são os melhores no que fazem, que são geniais e que são os que mais entendem de algum assunto, é porque realmente penso aquilo. Porque eu gosto de estar perto de pessoas que admiro. Se não os achasse muito fodões, não seriam meus amigos. Sou exigente! :)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O pior

É depois ter que sair de casa a essa hora e não saber se vai fazer frio ou calor na hora de escolher a roupa.

Alguém me faz um chá?

Tenho sido acometida por uma certa insônia ultimamente, que faz milhares de idéias borbulharem na minha cabeça e não me deixa desligar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Complexo

Uma das coisas de que eu mais gosto é discutir idéias. Principalmente quando na discussão os pontos de vista se colocam à prova reciprocamente. Concordar sempre é fácil, o divertido é tentar convencer, sem usar a força física, alguém a questionar o próprio modo de pensar a ponto de cogitar mudar de opinião. Acho que por isso tenho tendência a gostar de espetáculos de teatro no estilo de A Coleira de Bóris, texto de Sérgio Roveri, e O Arquiteto e o Imperador da Assíria, texto de Fernando Arrabal. Em ambas as peças, somente dois personagens com posicionamentos diferentes à respeito de algum assunto - a liberdade no primeiro, o conhecimento/ignorância - no segundo, discutem entre si. Os dois diálogos são maravilhosos. Deixam idéias em aberto para que o público tenha sua própria interpretação, mas não deixam de ser consistentes, de apresentarem um conteúdo. Estão na minha lista Top 5, até hoje.
Uma vez, conversei com o Antunes Filho e ele me disse que, para ele, diálogos e poesias são as coisas mais difíceis de se escrever com qualidade - e eu concordo plenamente, não por ser ele quem disse, mas porque eu mesma tenho uma dificuldade enorme com isso. Segundo ele, pouquíssimas pessoas têm esse dom (entre elas, senão o único na poesia, Fernando Pessoa), e as que têm devem ser aclamadas.
Acho que é porque um bom diálogo apresenta o embate entre pontos de vista diferentes e ambos precisam ser bem embasados, precisam ter força. Qualquer pessoa, mesmo um dramaturgo, um jornalista, um escritor, geralmente tem um conjunto próprio e fechado de idéias, e é difícil deixar as convicções pessoais de lado, adotar a imparcialidade e construir argumentos para justificar algo que não é o que a gente pensa. Além disso, um bom diálogo, na minha opinião, é o que fala não só com as palavras, mas por meio das entrelinhas. E ter a sutileza e a sensibilidade de transmitir idéias que não foram ditas é uma proeza para poucos.
Hoje, quarta-feira, estréia no Espaço dos Satyros II, na Praça Roosevelt, um outro espetáculo que conseguiu me chamar a atenção pelos diálogos: Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade. Com texto e direção de Ruy Filho, apresenta um tordurador e um garoto que, submetido a todo tipo de violência física e psicológica, consegue subverter seu agressor usando apenas as palavras. Mais do que a aura tensa, criada com chutes, cadeiras de rodas, balões de oxigênio, referências a delírios, cenário obscuro e efeitos sonoros, o que faz a platéia sair perturbada do espetáculo é a discussão sobre esse sistema de enfraquecimento da sensibilidade pelo qual somos dominados e que nos faz aceitar submeter nossas vidas à uma certa mediocridade, sem nenhum questionamento.
É daqueles espetáculos que deixam o público sem piscar do início ao fim. Para quem não tem medo de ser provocado. A trilha sonora original do compositor nova-iorquino Patrick Grant completa o clima e se faz indispensável. Guilherme Gorski e Diego Torraca dão um show de interpretação*.

Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade
de 21 de janeiro a 26 de março
quartas e quintas às 22H30
Espaço dos Satyros II - Praça Roosevelt - SP

Texto e direção: Ruy Filho
Música original:
Patrick Grant

Elenco:
Diego Torraca, Guilherme Gorski, Gabriela Rosas, Giuliana Rocha, Raianni Teichmann e Tiago Torraca


*além de serem lindos e fofos! (desculpem, meninos, sei que o talento é mais importante, e vocês têm de sobra, mas eu tinha que falar! ;) )

Já faz tempo que tô com uma idéia na cabeça...

O que faz a gente sofrer quando tem que fazer uma escolha é o fato de concentrar a atenção não no que foi escolhido, mas no que foi perdido. Um exemplo estilo My blueberry nights, ao escolher entre uma torta de chocolate e um pavê de morango, a gente nunca pensa que vai ser ótimo saborear o chocolate, mas sim que vai deixar de comer o morango, e vice-versa. Deu pra entender?

É isso aí...

Sabe quando chega uma hora em que você olha pra frente e consegue enxergar como vai ser o resto da sua vida? Eu passei por isso uma vez e consegui, como a Cristina do Woody Allen, perceber o que eu não queria. Agora, isso acontece de novo e eu vejo que nunca tive tanta certeza do que eu quero.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Pra suar... muito!

Foi divertido!



Meu batuque faz a Vila Madalena despertar
A comunidade abraçou
Pérola Negra o meu grande amor

domingo, 18 de janeiro de 2009

Reforma ortográfica ou inclusão social?

Roubado do blog do Filipe.Preciso dizer que sou contra essa reforma?

Degustar

Às vezes, quando eu falo que não acredito na felicidade, as pessoas olham com uma cara feia e dizem que eu estou mal, devo ser depressiva e coisas do tipo. Agora eu descobri que elas têm razão. O erro é meu mesmo, ao me expressar. O que eu quero dizer é que não acredito na felicidade como plenitude, que é o que a maioria das pessoas busca. Acho que o ser humano não foi feito para alcançar em vida o estado de total paz de espírito. E é justamente essa inquietação que nunca passa e sempre se renova que move o mundo. Só que, como a plenitude nunca chega e algo sempre incomoda, as pessoas acham que não são felizes.
Pra mim, a idéia de felicidade é diferente. Acho que funciona mais ou menos como quando a gente se alimenta. Existem duas formas de se alimentar: comer e degustar. Comer é o que a gente faz por obrigação, por sobrevivência, por necessidade biológica. É o que as pessoas geralmente fazem no curto intervalo de almoço do trabalho. Uma coisa burocrática. Você pega a comida, senta, engole enquanto pensa no que ainda tem que fazer ou no que aconteceu de manhã. Degustar é diferente, porque alia a necessidade ao prazer e, por isso, não alimenta só o corpo, mas também a alma. Apreciar o sabor de um alimento exige concentração e sensibilidade, e deixa a gente mais feliz. O problema é que a gente deixa pra fazer isso só em datas especiais.
Na vida também é assim. Com a rotina, a gente liga o piloto automático e começa a fazer tudo burocraticamente, como no almoço durante o trabalho, quando no final do dia você nem lembra mais o que comeu. Em vez de saborear, simplesmente engole. Pra mim, degustar a vida é o que faz a gente ser realmente feliz. É viver cada momento com concentração para tentar perceber ao máximo o sabor que ele tem.
Por isso, me considero uma pessoa, se não completamente, muito feliz. E eu percebo isso em momentos como quando ando de carro a noite com uma amiga e toca uma música do Pearl Jam e a gente canta e as janelas estão abertas e o vento faz nosso cabelo voar. Ou quando estou em uma mesa de restaurante com outra amiga que não via há mais de um ano cercada de várias pessoas que conversam, dão risada, contam histórias, fazem planos e se divertem, e eu fico quieta por um minuto observando tudo aquilo. Ou quando eu escolho a poltrona do cinema e espero, no escuro, o filme começar. Ou quando coloco uma música e deito no sofá pra ouvir. Ou simplesmente quando caminho sozinha na rua.
É que nessas horas eu tenho mania de sair do meu corpo e olhar as coisas de fora. A sensação deve ser parecida com encontrar o Aleph. Como se eu pudesse ver ao mesmo tempo tudo o que já se passou para eu estar ali naquela hora, e pensar que eu nunca poderia imaginar onde estaria, e ficar surpresa, e ver que a vida ainda me reserva muitas outras surpresas. Essa é a sensação boa que me faz estar sempre sorrindo, mesmo sem motivo aparente.