quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Delicious II

Subject: Olá

Oi, tudo bem? Há quanto tempo, hein? Não queria incomodar, mas preciso te falar uma coisa. Na verdade, só estou escrevendo pra pedir pra você parar de invadir os meus sonhos como tem feito. Quem você pensa que é pra aparecer assim, sem avisar, de um jeito que você sabe que eu não tenho como impedir?
Eu respeitei, aceitei e até entendi quando a gente teve que se afastar, mas você voltar assim, agora, com essa frequência, enquanto eu estou dormindo, é covardia. Diria até que é de uma certa maldade da sua parte. Porque eu fico pensando que está tudo bem e que nada pode dar errado, mas aí acordo e vejo que você não está do meu lado. E isso me causa um segundo de dor, antes de voltar a enxergar a realidade e perceber que foi melhor assim. Porque depois o sofrimento seria maior, né?
Bom, era só isso que eu queria dizer. Se achar que deve, pode me ligar um dia. Mas um dia, uma noite não.
 

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Agora sim, tá!?

Vc é um pouco chata sim, pq vc sabe que você é interessantíssima...

E meu ego voltou ao normal! :)

Delicious!

Ninguém é de ferro...

No msn, de um amigo:
Uai q carencia toda é essa, dona Vivian? Vc sempre foi tão decidida, dona de si e etc etc etc...

Mais sobre Cão sem dono

Fiquei pensando em outras coisas sobre o filme e me dou vontade de escrever mais. Duas cenas me chamaram muito a atenção. Só pra dar pra entender, no começo um cão de rua começa a seguir Ciro até a casa dele e ele acaba adotando o bichinho. 

Em uma das cenas, Ciro está almoçando com os pais e a mãe pergunta se ele deixa o cachorro dele sozinho em casa quando sai. Ele diz que o cachorro fica na rua, porque é um cão de rua. E a mãe fala que quando um cachorro tem dono, o dono cuida dele. Ciro responde que não é dono do cão, é só um amigo. O cara se exime de qualquer responsabilidade quando diz isso. Quer dizer, o cachorro tá lá com ele porque quer, ele faz o que pode, mas é cada um por si. E aí está refletida também a relação que ele tem com Marcela. Se ela aparece na casa dele é porque ela quer. Ele não sabe nada da vida dela, e nunca demonstrou o menor interesse em saber, onde ela mora, onde ela trabalha, nunca telefonou. 

Em outra cena Marcela pede pra ele fazer uma poesia pra ela e ele começa a falar: Marcela, linda, gostosa, deliciosa. Então ela diz: Isso é óbvio, lê a minha alma. Raiva. Há tempos ela estava ali perto dele e tudo o que ele conseguia ver era como ela era bonita e gostosa. O cara não enxerga nada além do seu próprio umbigo mesmo. Mas, aqui se faz e aqui se paga. Depois ele percebe o quanto ela era importante na vida dele, só que é tarde demais e ele sofre. Sofre muito.  Mas nunca é tarde para aprender, né?
  

terça-feira, 30 de setembro de 2008

É assim que as pessoas chegam até aqui...

Essas são as frases que alguns infelizes procuraram no google para chegar até esse blog:

onde comprar rapadura barata
casamento sexo enjoa
o que é amargo?
pollyana – fiume
amigos rescente
significado eldo
objetivos para trabalhar com frutos em sala de aula
amor coisa mais romantica do mundo
poliana sao luis de montes belos

Só rindo, né?

Cão sem dono



Acabei de assistir Cão sem dono, dirigido pelo Beto Brant e pelo Renato Ciasca. Já queria assistir há algum tempo e hoje descobri sem querer que tinha conseguido baixar da internet e ele estava aqui guardado no meu computador, como que esperando a hora certa pra ser assistido. 
Há pouco tempo, li o livro que inspirou o filme, Até o dia em que o cão morreu, do Daniel Galera. Esses escritores gaúchos são muito bons (acho que já falei alguma coisa aqui sobre o Reginaldo Pujol Filho, que escreveu Azar do personagem, um excelente livro de contos). O Daniel já é reconhecido como um dos melhores escritores de sua geração, um dos que melhor retrata o pensamento e o modo de vida dos jovens de 20 e poucos a 30 anos. Daqui há cinqüenta anos, vão ler um livro dele e saber exatamente como a gente era, como vivia e quais eram as nossas expectativas. Ou falta de expectativas. É sobre isso que ele fala nesse livro. Um cara formado em letras, que se diz tradutor, mas não trabalha, mora sozinho em um apartamento sem móveis, é sustentado pelo pai e não tem a menor perspectiva de mudar de vida. Ele diz que seguiu sua vida na inércia – escola, cursinho, faculdade, trabalho – só que essa parte era mais difícil do que ele imaginava. Ou ele simplesmente não tinha vontade nem ânimo algum para continuar. A vidinha solitária, fechado no apartamento, era suficiente pra ele. Até que aparece a modelo Marcela, cheia de sonhos e expectativas, e ele subestima tudo o que ela deseja e tudo o que ela é e quer ser. Inclusive o que ela sente por ele. A indiferença dele perante a vida é a mesma que ele tem perante ela. Assim como o cão, que o segue até sua casa por espontânea vontade e ele o aceita, Marcela é tratada como se sua presença ali não fizesse a menor diferença. Até que as coisas mudam, muda a situação e ele também muda.
No filme senti falta de uma certa raiva de tudo isso que Marcela parece ter no livro. Ela é muito mais passiva no cinema. Por outro lado, o sofrimento do cara quando sente que pode perdê-la é muito mais presente no filme, e isso eu gostei. A gente só da valor depois que perde mesmo, né?
Mas, voltando a falta de perspectivas, acho que a gente sempre viveu essa inércia e sempre foi assim. Todo mundo já tem o seu destino traçado desde quando nasce e esse destino vai sendo incutido nas nossas cabecinhas desde crianças. As perspectivas que a gente tem não são realmente nossas, elas nos foram contadas em historinhas ao longo da vida e acabamos por absorvê-las. Será que existe alguém que seja realmente livre? Que tenha feito suas próprias escolhas, mesmo depois de passar por toda essa lavagem cerebral? Acho que existe sim, mas com certeza essa pessoa é considerada louca ou anormal.
Pra que enfrentar tudo isso se eu posso ficar trancado no meu apartamento vendo a vida passar da janela? Ou por que ficar vendo a vida passar da janela se eu posso ir lá e fazer alguma coisa acontecer do meu jeito? A escolha é minha. Será?

Tks

Às vezes, a gente não percebe como consegue iluminar o dia de outra pessoa apenas sendo a gente mesmo. Eu realmente tenho essa sorte, de estar rodeada por pessoas tão especiais, que aparecem de repente e, mesmo sem perceberem, conseguem transformar os dias chuvosos e as maiores tempestades em manhãs ensolaradas e tardes azuis, nas quais posso sentir o calor na pele e o vento batendo no rosto. E isso dá aquela sensação de que realmente vale a pena viver.

Boa Sorte - Vanessa da Mata

Tudo o que quer me dar é demais, é pesado, não há paz. Tudo o que quer de mim, irreais expectativas desleais. Mesmo, se segure, quero que se cure dessa pessoa que o aconselha. Há um desencontro, veja por esse ponto, há tantas pessoas especiais...