quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ainda sobre o mesmo assunto

Segundo o Gregòire Bouillier, autor do “O Convidado Surpresa”, todo mundo tem o direito primordial de amar alguém e de deixar de amar. Mas e quanto ao direito que quem é abandonado tem de sofrer? Essa pessoa precisa aceitar a decisão do outro passivamente ou pode insistir em continuar, e lutar, e tentar reaver o amor perdido? E, caso compreenda a posição do parceiro, deve sofrer em silêncio ou pode proclamar seu estado aos quatro ventos?
Sophie transformou em arte e tornou público o e-mail que recebeu declarando o fim de seu relacionamento. Gregòire pediu (em público, na Flip) que ela se desculpasse. Mas se essa foi a forma que ela encontrou para dar escape ao sofrimento causado por ele, porque deveria pedir perdão? A obra foi encarada como uma vingança, mas pode ter sido o único meio encontrado por ela para aliviar a dor da perda.
O próprio Gregòire diz em seu livro que um escritor escreve para levar os fatos à luz, para tentar compreendê-los (ou algo do tipo). Se dar o e-mail para uma maritaca engolir foi o jeito que Sophie encontrou para iluminar e assimilar o que aconteceu, porque recriminá-la?
A gente não escolhe quem ama e não escolhe quando deixar de amar. Mas também não escolhe sofrer e quando deixar o sofrimento de lado.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Mais uma


Só porque amanhã tem show



segunda-feira, 6 de julho de 2009

E isso também é muito bom

Mostra toda a sensibilidade de uma pessoa



Amanhã tem show deles, no The Wall, no Bixiga.

Fiquei com vontade decolocar essa música


Waitin',
watchin' the clock,
it's four o'clock,
it's got to stop,
tell him - take no more,
she practices her speech,
as he opens the door,
she rolls over,
pretends to sleep as he looks her over.
She lies and says she's in love with him.
Can't find a better man.
She dreams in color, she dreams in red.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Ohh...
Talkin' to herself,
there's no one else who needs to know,
she tells herself,
Ohh...
Memories black,
when she was bold, 
and strong,
and waiting,
for the world to come along,
swears she knew it,
now she swears it’s gone.
She lies and says she's in love with him.
Can't find a better man.
She dreams in color, she dreams in red.
Can't find a better man.
She lies and says she still loves him.
Can't find a better man.
She dreams in color, she dreams in red.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Yeah...
She loved him, yeah...
She don't want to leave this way.
She feeds him, yeah...
That's why she'll be back again.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Can't find a better man.
Can't find a better...man...

Eu preciso falar menos

Hoje tive um jantar com as amigas. A ideia era colocar a conversa em dia e todo mundo contar as novidades. Mas no final eu percebi que falei tanto e não fiquei sabendo de quase nada. Não deixei ninguém falar. Acho que preciso ouvir mais e falar menos... É que às vezes eu me empolgo... 

O Convidado Surpresa

"...afinal ela ainda estava desolada e queria que eu a perdoasse e era necessário qu eu compreendesse, era importante para ela e eu compreendia, sempre compreendi tudo, e perdoava, pois nos meus sonhos eu era nobre e magnânimo e não havia muito a dizer nem a fazer."

"Havia muito tempo, porém, eu acreditava ter me recuperado, e quando comprava pão numa padaria não pensava mais sistematicamente nela e muitas outras razões também me faziam crer que eu havia superado, e dado a volta por cima, como se diz, e mesmo voltado à tona como todos quase sempre conseguem, ainda que ao preço de uma irremediável modificação do seu ser e de uma desastrosa trasnformação de si perceptível no canto da boca, nos ombros ou nos cabelos, com mais força no fundo dos olhos, no andar ouno jeito de rir e falar e se comportar em geral e basta olhar ao redor para perceber."

"...e certamente há coisas milagrosas entre os seres que se amaram e eu exultava por dentro, tudo estremecia em mim, e o telefonema dela que me parecera a última das monstruosidades de repente ganhava sentido, o primeiro e o mais assombroso que existe, e há sempre um ponto por onde a realidade nos salva dela própria."

"E então compreendi por que sempre se embrulham os presentes em nossa sociedade: não para produzir o efeito surpresa mas para dissimular que se trata de uma mentira, e essa certeza inevitavelmente nos atravessa o espírito quando recebemos um presente, sim, o abrimos e numa fração de segundos pressentimos a fraude e somos tomados pelo desgosto e a tristeza e procuramos logo sorrir e agradecer para enterrar no mais fundo do nosso ser o dissabor de nunca nos oferecerem nada de inesperado na vida e essa alegria sempre frustrada continua sendo para nós mesmos incompreensível."

"Não compreendi muito bem como a conversa foi parar na descrição do aparelho de discriminação de Lashley, e eu não sabia do que se tratava e ela explicou que pegavam ratos e os condicionavam para se alimentarem numa tina verde ao passo que recebiam um choque elétrico se comessem numa tina vermelha, e os ratos ficavam neuróticos e até aí tudo bem e eu estava de acordo; mas depois tiravam a tina verde e os ratos ficavam apenas com a tina vermelha para se alimentar sabendo que ao se aproximar dela levariam um choque e imagine o conflito, ela me disse com os olhos brilhantes; eu podia imaginar muito bem e os ratos finalmente enlouqueciam: punham-se a girar no próprio eixo durante horas ou tornavam-se violentos e agressivos sem razão aparente ou se batiam contra o vidro até se machucar e ao cabo de alguns dias a maioria acabava não se mexendo mais e permanecia imóvel e prostrada e obnubilada e era possível então fazê-los adotar qualquer pose, mesmo as mais extravagantes e as mais desconfortáveis, sem que esboçassem a menor reação, e esvaziei num trago o resto daminha taça de champagne e disse a ela que na minha opinião já fazia tempo que haviam tirado a tina verde de muitos de nós e talvez até de todos, bastava olhar ao redor as poses inverossímeis e obnubiladas em toda parte e o tempo todo..."

"...e nem uma única vez ela veio na minha direção com a intenção de evocar o passado e muito menos de me pedir perdão quando para mim isso teria bastado, sim, perdão simplesmente, mesmo sem evocar o passado eu teria compreendido, só perdão, tomando talvez minha mão por um breve instante e apertando-a, sim, eu teria me contentado com um simples aperto dos seus dedos e não pedia mais; mas não, a atitude dela permaneceu a mesma e não passava pela nossa história e talvez ela não tivesse encontrado coragem ou o momento ou a vontade ou sei lá o que e isso agora não tinha mais nenhuma importância, era tarde demais e a festa estava no fim."

Gregòire Bouillier

domingo, 5 de julho de 2009

Porque o importante é ser tranquilo e otimista

Orgulhosa

De mim mesma. Acabei de abrir o computador pra consertar o cooler, relembrando os velhos tempos de colégio técnico, quando eu ficav criando historinha com personagens que eram bonequinhos feitos de resistores e capacitores. Mas deu certo.