sexta-feira, 26 de junho de 2009

Bom estar sozinha em casa!

Acho que eu nasci pra ficar sozinha mesmo. E gosto. Eu era a menina que ficava sentada sozinha na hora do recreio. Até hoje sou assim. Almoço sozinha sempre (aproveito pra ler, pra organizar meus pensamentos - ou desorganizá-los mais ainda - e, muitas vezes, economizo a minha paciéncia). Não sei se aprendi ou se sou assim mesmo. As pessoas acham estranho quando digo que gosto de sair sozinha, e saio. Adoro ir sozinha ao cinema. Vou sozinha a bares e a festas. Acho engraçado quando falo que é mesa pra um e o garçom mesmo assim traz dois copos. Ou quando vejo as pessoas olhando com cara de "coitada, não tem amigos" ou "coitada, levou um bolo". 
Às vezes dá até pra conhecer gente interessante. Na semana passada conheci gente assim na Mercearia e no Filial. Sujeitos bacanas. Tem gente que pensa que se uma moça está sozinha em um bar é porque está disponível, mas acho que na maioria das vezes, logo de cara, isso assusta. É que gente que não depende de ninguém pra fazer alguma coisa deve ser estranha mesmo.
Só sei que eu adoro estar aqui no silêncio, sabendo que não tem ninguém no quarto ao lado. Claro que a companhia de alguns amigos (que dá pra contar nos dedos) seria boa. E eu adoro sair com meus amigos e conversar (novamente, dá pra contar nos dedos). Mas já me convenci de que, como disse o Kevin do filme Esqueceram de Mim, "quando eu crescer eu vou morar sozinha".

E valerá, tenha certeza, por toda a vida...

Apenas o fim


Já me falaram que eu sou só uma menininha que não sabe o que é amar. Mas quem disse que a gente precisa saber o amor? Amor a gente só sente, não sabe. Paixão eu já sabia há algum tempo o que é. Gosto de estar apaixonada e já sofri com paixões que chegaram ao fim. Sempre que isso acontecia, sentia uma tristeza muito grande, mas sabia que uma hora passaria, porque faz parte da vida. Na verdade, acho que isso é a vida. Isso é que nos faz saber que estamos vivos, o sentir.
Mas amor não é assim. Amor de verdade dura. Talvez, como você já me falou, poucas pessoas tenham o privilégio de conhecer durante a vida esse sentimento. E isso, apesar de poder ser considerado algo bom, um privilégio, causa uma dor ainda maior e mais profunda. Porque não vai passar. Talvez esse sentimento esteja mesmo fadado a ter um final infeliz, como nas grandes histórias de amor que já foram contadas pela humanidade, que sempre acabam em morte, desespero e loucura. 
Fico tentando me convencer de que essa interrupção seja boa pois, como Kurt Cobain, paramos no auge, em um momento em que pudemos ter a vivência apenas de coisas boas, por mais que o depois possa ser tão sofrido. Não tivemos que ir ao supermercado comprar cândida, por exemplo (apesar de eu achar que seria uma delícia ir comprar cândida no mercado com você). 
Talvez esteja certa a personagem do filme que eu vi hoje, que diz que o amor é como pizza: a gente pede pelo telefone, fica na expectativa da entrega e quando ela chega a gente se empantura até não aguentar mais e depois fica largado no sofá da sala assistindo televisão. Mas eu ainda fico tentando entender porque duas pessoas que se amam, se o sentimento é realmente sincero, não podem ficar juntas e vivê-lo até o fim. 
Entendo, não consigo aceitar, mas respeito. Você sabe. Talvez esse respeito venha justamente do amor. O Domingos de Oliveira diz no Separações que amar é querer o bem do outro, Depois, quando ele está sofrendo, renega esse pensamento e diz que o amor é uma selvageria. Eu prefiro acreditar na primeira ideia, por mais que isso vá contra o que sempre me guiou, que é concretizar o que desejo. Talvez devesse insistir, tentar, não desistir. Talvez fosse realmente inutil, mas pelo menos não me arrependeria de não ter tentado. Mas eu te amo e prefiro fazer o que você quer. E isso não me inclui agora.
Então só me resta sentar na escada e te ver de costas indo embora. Roubando as palavras do Tom, personagem do filme, você vai estar presente em tudo o que eu fizer na minha vida, sempre.