sábado, 6 de dezembro de 2008

Encontros BRAVO! Fnac


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Terça-feira que vem, dia 9, tem mais um Encontro BRAVO! Fnac, na Fnac Pinheiros, às 20h. Dessa vez, o debate vai ser sobre cultura pop e contará com a participação da jornalista Sarah Oliveira, que era VJ da MTV.

Fnac Pinheiros
Av. Pedroso de Moraes, 858
São Paulo - SP - Pinheiros
Tel. (11) 3579-2000
Dia 9 de dezembro, às 20h

Leia a matéria da Bravo! aqui.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Quero escrever

Mas não acho nada que valha a pena.
Não tenho saído, nem tomado cerveja, nem conheci ninguém novo, nem estou apaixonada, nem tenho ido ao cinema, muito menos ao teatro.
Tenho lido, testado receitas novas na cozinha, hoje fui ao dentista e comecei a fazer terapia. Ah, e finalmente a Bravo! desse mês chegou aqui na roça e eu achei a capa linda! Mas ainda não li.
Sinto saudades do Daniel, do Albérico, da Priscila, da Renata, do Gui, da Dri, da Rafa, da outra Dri me chamando de Mary, do Paulo falando suas idéias mirabolantes que eu não entendo, de ver a Fabi chegando tarde da noite e dar um abraço nela, de ver o Mário encostado no balcão do Parlapatões, de encontrar o Jordão e reclamar que ele nunca fala comigo, da Marcinha, do Vlad me proibindo de sair do bar com a garrafa e me aconselhando a ter juízo, de ir ao teatro, de comer milho verde e tomar cerveja. E de conversar com o João e combinar um Filial, mesmo a gente nunca indo (mas só de saber que é ali do lado...).
Não sei quando volto pra São Paulo, mas se alguém quiser vir me visitar, vai ser um prazer.

O que eu tenho feito?

Biscoitos!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Fernando Pessoa

Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!

Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.

Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.

É simples

Eu gosto de coisas que se combinam harmoniosamente de forma a proporcionar experiências de prazer extremo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De um livro aí...

As regras da natureza

"Se, em nosso espírito, atribuímos a essa época um caráter de arbítrio e violência grosseira, o motivo reside apenas no fato de que tradições, memórias, romances e novelas transmitiram somente casos típicos de violência e brutalidade.


Por que então milhões de homens se mataram reciprocamente, quando cada um sabe, desde que o mundo é mundo, que isso é proceder mal, moral e fisicamente? Porque a coisa era tão inevitável que, praticando-a, eles obedeciam a esta lei elementar, zoológica, que faz as abelhas entremataram-se no outono, e os animais machos exterminarem-se mutuamente. Não há outra resposta a tão espantosa pergunta."

As regras da sociedade

"O principe Vassili sempre falava com indolência, como um ator que recita um papel de uma velha peça teatral. Ana Pavlovna Scherer, apesar de seus quarenta anos, era, ao contrário, cheia de vida e entusiasmo. Este entusiasmo tornara-se para ela uma função social e mesmo quando se sentia abatida, era obrigada a se mostrar entusiasta para não decepcionar os amigos.

Cada convidado cumpria o ritual de saudar esta tia que ninguém conhecia, que não interessava a ninguém e da qual não esperavam nada. Ana Pavlovna ficava assistindo às saudações com uma atenção melancólica e solene, aprovando silenciosamente. A tia perguntava a todos pela saúde, falava de sua própria e da de sua majestade, a imperatriz, que, graças a Deus, hoje estava melhor. Todos os que dela se aproximavam por polidez, afastavam-se com o sentimento de alívio que se sente após haver cumprido um dever enfadonho para não mais lembrá-la o resto da noite."

As regras do indivíduo

"Quando Pierre deixou seu amigo, já passava d euma hora. Era uma dessas noites brancas de junho, uma típica noite de São Petersburgo. Pierre tomou um fiacre com a intenção de recolher-se. Mais quanto mais se aproximava de casa, mais sentia que seria impossível dormir numna noite assim, que lembrava mais o crepúsculo ou a madrugada. Seu olhar perdia-se nas ruas desertas. Continuando seu caminho lembrou-se que o habitual grupo de jogadores deveria estar reunido na casa de Anatólio Kuraguin, depois haveria uma bebedeira que terminaria por sua diversão favorita. "Seria muito agradável ir até lá, pensou. Mas logo lembrou-se da palavra de honra que empenhara ao príncipe Andriei. No mesmo momento, como acontece com as pessoas chamadas 'sem força de vontade', sentiu um forte desejo de, pela última vez, saborear esta vida desregrada e decidiu-se a ir. Considerou, imediatamente, que a palavra dada ao príncipe Andriei nada significava, pois antes já a dera a Kuraguin. 'Afinal', pensou, 'todas estas palavras de honra não passam de convenções, desprovidas de sentido, principalmente quando a gente pensa que pode morrer amanhã ou acontecer-nos uma desgraça, e então não haverá mais honra nem desonra'. Eram-lhe frequentes tais raciocínios que destruíam todas as suas decisões e projetos. Rumou para a casa de Kuraguin."

Guerra e Paz

E a gente ainda acha que é livre...

Sabe aquele negócio...

...que o Marcelo Montenegro escreveu e fala que algumas pessoas se encontram e é como se se conhecessem desde sempre? Isso! Melodrama Blues.

Eu tive a felicidade de encontrar alguns amigos assim recentemente. Uma delas volta na semana que vem, depois de uma temporada fora do Brasil. Sabe o que é chorar sozinha na rua de saudade de uma pessoa e não conseguir ir mais ao lugar que vocês costumavam frequentar porque ela não estava lá? Ela fala a minha lingua e acho que foi a primeira pessoa que entandeu o que eu queria dizer. E teve paciência mesmo quando não concordava. Hoje tenho certeza de que algumas pessoas podem passar tempos longe, mas a amizade e o amor não se abalam.

Outras pessoas assim não estão tão longe, mas têm me mostrado o que é ser amigo de verdade e se preocupar com o outro. E eu não sei mais como poderia viver sem eles. Queria agradecer a vocês. Muito!

Como falei do texto do Marcelo Montenegro, aí vai ele, com uma música emocionante do Brum ao fundo.


Nossa!

Hoje o Mário Bortolotto citou uma coisa que eu escrevi há alguns dias sobre a peça dele, Uma Pilha de Pratos na Cozinha (http://atirenodramaturgo.zip.net/). Uma honra pra mim, pois admiro muito o trabalho dele e também ele como pessoa. Nunca pensei que as besteiras que eu escrevo aqui pudessem interessar a ele. Aliás, não me sinto digna de ser lida por muita gente que eu sei que entra aqui sempre. Escrevo porque sinto vontade e sei que quase nada é relevante. Mas saber que tem gente que se interessa me faz bem. Algumas coisas que eu escrevo até me dão vergonha quando volto a ler, mas eu decidi nunca apagar nada, porque se eu escrevi aquilo é porque é o que eu estava pensando ou sentindo naquela hora.

A primeira vez que vi o Mário, acho qeu ele nem sabe disso, foi na frente do bar das Amistosas, na Augusta, há pouco mais de um ano, agosto de 2007. Aquele sujeito encostado na parede de fora do bar, com um copo na mão e fones nos ouvidos, calça larga, camiseta largada com uma camisa por cima e coturnos velhos com os cadarços desamarrados (como eu disse no post anterior, nossa memória nem sempre é fiel aos fatos, mas foi assim que eu guardei a imagem dele) me pareceu um personagem de algum filme ou história em quadrinhos. Ouvi alguém dizer que ele era dramaturgo, mas na época eu nem sabia direito o que era teatro, tinha assistido no máximo uns dois ou três espetáculos. Foi depois de um tempo que comecei a conhecer a obra dele, li muita coisa do que ele escreveu e assisti algumas peças. Gostei muito, me identifiquei e virei uma admiradora. Mas uma admiradora que tem medo dele, porque ele está sempre num canto do bar só com os amigos de sempre, com uma cara meio fechada que não deixa a gente saber nunca o que está pensando, se está ou não pra conversa. Então, prefiro ficar longe e não puxar muita conversa. Mas quem vê aquele cara todo durão, com cara de mal, não imagina como ele consegue fazer a gente se emocionar tanto com o que escreve.

Sempre que posso assisto suas peças e leio o seu blog. Só a Nossa vida não vale um Chevrolet assisti umas cinco vezes, e todas me tocaram de maneira diferente. Estava ansiosa pra ver Pilha de Pratos, pois todo mundo falava que é o melhor texto dele e sei que também é um dos que ele mesmo mais gosta, junto com Homens Santos e Desertores.

Na verdade, eu tinha muito mais coisas pra falar sobre o espetáculo, alguns amigos tinham falado pra eu escrever, mas eu disse que estava esperando pra ver o Homens Santos e escrever sobre as duas juntas. Fui assistir essa mas acabou passando, perdi o timing por causa de várias coisas que aconteceram na última semana. Só queria deixar aqui mais uma coisa que me chamou muito a atenção e que é o que pega todo mundo que assiste. É incrível o jeito como ele grita um monte de coisas de uma maneira quase violenta e depois faz a gente ficar ali só olhando enquanto tudo aquilo que foi dito borbulha dentro da gente. Acho que é o momento de silêncio mais expressivo que já vi. E não tem quem não saia de lá dando mais valor pra vida, ou pra o que a gente pode fazer dela enquanto tem.

Valeu Mário. E vai se foder... ;)


Quem ainda não foi, aproveita, porque são poucas apresentações e só Deus sabe quando vamos ter outra oportunidade.


Ah! E as músicas... Ah, as músicas...

domingo, 30 de novembro de 2008

Sábado de chuva

1 - Infelizmente (ou felizmente), ninguém tem memória cinematográfica, no sentido de lembrar pra sempre exatamente de uma cena com imagens e sons nítidos. Na maioria das vezes, mesmo dos momentos inesquecíveis, ficam apenas as sensações que tivemos. Tudo o que foi capturado por nossos sentidos fica misturado e a gente reproduz uma imagem criada pela nossa mente, que nem sempre é identica ao que realmente aconteceu. Pode ser melhor ou pior.
2 - A maior beleza está nos momentos mais simples, para quem consegue ver. Como uma tarde chuvosa de sábado, quando dois caras se juntam para tocar e cantar sentados na escadaria de uma praça. Só quem teve a sorte de presenciar sabe o que é isso. E o que fez a gente sentir...
A imagem embaçada pode não parecer boa, nem o som, nem o tempo, nem o lugar. Mas a sensação que ficou é muito, muito boa. Uma vontade de agradecer por estar viva e poder ver aquilo acontecer.