quarta-feira, 30 de junho de 2010

Run, Lola, run

Ontem estava no avião voltando do Rio e comecei a pensar como seria se o avião caisse. Não tenho medo de avião. Pelo contrário, adoro voar. Gosto de me sentar perto da janela pra poder observar atentamente a hora da decolagem e a hora do pouso. Acho incrível ver o exato momento em que um objeto mais pesado que o ar se afasta do solo e vai subindo, subindo, subindo... Nessa hora penso em como o homem é foda e em como realmente tudo o que a gente quer a gente consegue. Como esse ser tão insignificante consegue superar as leis da natureza e imitar capacidades que outros animais têm e ele não. Voar, explorar o fundo do mar, andar em alta velocidade e até superar a velocidade da luz.
Mas, voltando ao início... fiquei imaginando como seria a sensação imediata à morte. A sensação de saber que é o fim. De pensar: 'agora fodeu'. Então, me lembrei dos vários sonhos que já tive em que eu morria. E lembrei que sempre depois da percepção inicial da morte próxima vem uma sensação de tranquilidade. Um pensamento do tipo: não dá pra fazer nada, então vou relaxar pra ver o que vem depois. Uma postura blasé em relação à morte, ok.
Nos sonhos, segundos antes da morte, eu acordo. Mas antes disso, o sonho é como se fosse a vida real. Não sei se com você é assim também. Comigo, o sonho é exatamente como a vida.
Então, fiquei pensando, será que a vida não é como um video game, ou como o 'Corra, Lola, Corra', e quando dá alguma merda a gente tem direito a um 'continue'? Quem garante que o sonho não aconteceu de verdade e, quando voltei, pareceu que era sonho?
Sei lá, tô viajando. Belo jeito de voltar a escrever no blog. Mas deu vontade... talvez porque quando fui conversar sobre isso com alguém, não me deram ouvidos. Acho que nem merecia mesmo...

2 comentários:

Claudiones disse...

Ounnn... Fala comigo que eu converso sobre isso com vc! ;)

Sempre imagino minha morte deitado numa cama de hospital (câncer terminal), os parentes rodeando a cama, a morfina entrando na veia, os olhos fechando lentamente e o adeus com lágrimas escorrendo pelas bochechas. Prefiro pensar que será assim. Com tempo para o tchau e medicado, mesmo sabendo que será muito sofrido até chegar neste momento. É claro que uma morte rápida, com uma bala na mente, ou algum acidente com traumatismo craniano será menos sofrido, mas não sei. Todos imaginam o momento da morte, né? O câncer é tão comum, dizem que até quem evita falar palavrões pode ficar com câncer por isso, imagino que a chance de eu morrer de câncer seja grande. E olha que eu falo muitos palavrões, hein!

Sobre o "continue" já imaginei também que talvez nesse exato momento eu esteja em coma numa cama de hospital e que o digitar desse comment é apenas uma alucinação... Pode ser também, né? Mesmo que você responda ou comente sobre isso depois. Nada impede que tudo seja fruto do meu subconsciente. Pura imaginação! Às vezes até penso isso na hora de pagar contas: ah, foda-se! Talvez eu nem esteja vivo, pagar pra que? rs..

Agora, sobre a sensação do momento da morte, do "agora fodeu", acho que todos nós sentiremos isso várias vezes durante a vida. Seja em momentos de alta adrenalina, seja quando pedimos pizza marguerita e entregam portuguesa, é inevitável, sensações de desespero são comuns e aguardadas.

Por fim, também acho que os monentos post mortem são seguidos de paz e sorrisinhos de canto de boca. Acho assisti muito Ghost. Mas imagino algo mais "ah, foda-se", decendo pro inferno (sim, ao som de Unchained melody), mas sem saudades dos que ficaram vivos e com o sentimento de que a nova "vida" será muito melhor, tranquila e feliz. Nossa, deu até vontade de me matar agora! :)

Puxe esse assunto na próxima bebedeira. Acho que sou capaz de falar mais algumas asneiras a respeito.

beijo!!!

Bruh Oliveira disse...

Achei o post muito bom. Falar sobre morte é sempre se expôr muito, porque como a gente não sabe de forma muito concreta como vai acontecer, ou quando, ou o que há depois disso, acaba sendo uma idéia muito subjetiva.

Eu me vejo pulando de um prédio.
Na verdade, antes disso, eu sei que estou bem, e ao que parece, eu alcancei tudo o que queria. Mas pular pra infinito me seduz, bizarro, né? rs

Muito legal o post Vi...sempre que puder, passarei por aqui.