quinta-feira, 31 de julho de 2008

Era uma vez...

E fico imaginando a minha vida se eu fosse morar em um sobradinho de vila, que teria uma sala no térreo com um tapete felpudo, um sofá aconchegante e convidativo e uma estante até o teto cheia de livros, DVDs, CDs e objetos de arte, sobre os quais eu saberia a origem, o conceito e o por quê. E nós teríamos uma cozinha americana - sim, nós, porque haveria ali um homem grande, magro e com os músculos definidos, que caminharia pelos nossos tapetes felpudos e pisos de madeira descalço, sem camisa, e com uma daquelas calças de pijama meio larguinhas, ou com uma cueca boxer. E ele iria gostar de cozinhar comigo numa sexta-feira a noite, usando todos os nossos apetrechos cromados, picando um maço de cheiro-verde e colocando a massa na água borbulhante, enquanto tomamos um malbec. E estariamos ouvindo um bolero e depois Ella & Louis. Ah! Ainda bem que a moça que limpa a casa vem amanhã, assim não precisamos lavar os pratos (as panelas já estão limpas, porque eu não gosto de cozinhar na bagunça e vou lavando tudo depois de usar) e podemos começar a assistir um filme e fazer amor, e dormir abraçadinhos e quentinhos nos nossos lençóis brancos. E quando acordamos de manhã a mesa do café está posta com uma jarra de suco de laranja bem amarelo e pães fresquinhos e meu mamão com aveia e mel. Eu dou uma olhada na Folha e ele no Estadão, paro na Ilustrada e ele no Economia&Negócios, depois a gente troca e eu leio o Caderno 2. E já decidi o que vamos fazer no final de semana. Tem uma peça ótima em cartaz no Sesc Consolação, e um filme que quero muito ver. Mas vamos no Reserva Cultural, porque a gente pode tomar um café antes do filme. Então a programação ficou assim: a gente almoça no Masp e aproveita pra ver a exposição de fotos que ele quer. Caminhamos até a Fnac e ficamos olhando os livros e CDs até a hora do filme começar do outro lado da rua. Depois vamos para o Sesc. Vou ligar pro pessoal pra ver se querem assistir a peça ou se nos encontramos depois para tomar uma cerveja.


No domingo de manhã, vamos dar uma volta de bicicleta no Villa-Lobos e, depois, ao churrasco na casa dos pais dele. Uma soneca no sofá de casa no final da tarde e no começo da noite pedimos uma pizza e assistimos a mais alguns episódios daquela série em DVD... Durante a semana a mesma rotina: tem dia que ele chega tarde, tem dia que sou eu que chego. Como foi seu dia? E o novo projeto? Entrevistou aquele escritor? Computador, TV, livros, a viagem de férias, a viagem de trabalho. Vontade de tomar um café de madrugada, vamos até a padaria? Hum, e aquela banana assada com canela e sorvete de creme? Hoje ele quer o frango com curry, que deixa a casa com um cheiro de oriente e sexo. Jazz, jazz, jazz. Dançar junto na cozinha e um pouco de Rolling Stones de manhã para acordar. Essa semana foi muito corrida, você não me deixou dormir nenhum dia antes das 3h. Avisa sua mãe pra não ligar no sábado de manhã porque quero dormir até acordar. Depois a gente pode almoçar na Vila e passar a tarde sentados em um bar, dando risada e pensando no que temos pra fazer na semana que vem. E começa tudo de novo...

2 comentários:

Anônimo disse...

Um textinho cor de rosa para adoçar a vida amarga?

Adorei terça-feira.
um beijo,

Pollyana Barbarella disse...

É... cortei a parte amarga, pq, de amarga já basta a vida... Mas muito leite condensado também chega uma hora que enjoa, né?

Também adorei terça! Foi muito divertido, precisamos repetir!

Bjs