terça-feira, 7 de outubro de 2008

E não é?

Eu quero me molhar, mas você vem com o guarda-chuva

Eu quero andar pelos telhados 

E você olha pros dois lados antes de atravessar a rua

Eu gosto do sabor agridoce

Pra vocé, salgado é salgado

Quando a roda gigante pára e eu adoro a vista do alto

Vocé sente vertigem e precisa ter os pés no chão

Você já tem a viagem planejada, e eu só penso em sentir o vento no rosto

Eu quero que o mundo vá pro inferno

Você reza todas as noites antes de dormir

Eu saio sem vela, nem lanterna, nem farol

Tateando no escuro, sentindo a direção

Sua bússola mostra sempre o caminho certo

Me alimento das palavras, sensações e fluídos

Você toma um banho demorado

Seu bolo com receita sempre dá certo

Minha carne tem um gosto diferente a cada dia

Eu leio de trás pra frente, do meio pro fim, rabisco as páginas e rasgo

Suas revistas estão em ordem cronológica na estante

Eu me visto com a primeira fantasia amassada que sai do baú

Você escolhe a cor da camisa no arco-íris de brancos dos cabides

Eu vou voando

Você segue as placas

Eu sinto. Você pensa.

E assim a gente é feliz.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu só queria falar que é bem bonito isso.
=)

Pollyana Barbarella disse...

E não é? =)
Obrigada...