quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mais sobre Cão sem dono

Fiquei pensando em outras coisas sobre o filme e me dou vontade de escrever mais. Duas cenas me chamaram muito a atenção. Só pra dar pra entender, no começo um cão de rua começa a seguir Ciro até a casa dele e ele acaba adotando o bichinho. 

Em uma das cenas, Ciro está almoçando com os pais e a mãe pergunta se ele deixa o cachorro dele sozinho em casa quando sai. Ele diz que o cachorro fica na rua, porque é um cão de rua. E a mãe fala que quando um cachorro tem dono, o dono cuida dele. Ciro responde que não é dono do cão, é só um amigo. O cara se exime de qualquer responsabilidade quando diz isso. Quer dizer, o cachorro tá lá com ele porque quer, ele faz o que pode, mas é cada um por si. E aí está refletida também a relação que ele tem com Marcela. Se ela aparece na casa dele é porque ela quer. Ele não sabe nada da vida dela, e nunca demonstrou o menor interesse em saber, onde ela mora, onde ela trabalha, nunca telefonou. 

Em outra cena Marcela pede pra ele fazer uma poesia pra ela e ele começa a falar: Marcela, linda, gostosa, deliciosa. Então ela diz: Isso é óbvio, lê a minha alma. Raiva. Há tempos ela estava ali perto dele e tudo o que ele conseguia ver era como ela era bonita e gostosa. O cara não enxerga nada além do seu próprio umbigo mesmo. Mas, aqui se faz e aqui se paga. Depois ele percebe o quanto ela era importante na vida dele, só que é tarde demais e ele sofre. Sofre muito.  Mas nunca é tarde para aprender, né?
  

Um comentário:

Joao Gabriel disse...

Legais os dois posts sobre o filme. Coisas que eu não havia pensado. Dão um bom papo de boteco. bjs!