segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nossa!

Hoje o Mário Bortolotto citou uma coisa que eu escrevi há alguns dias sobre a peça dele, Uma Pilha de Pratos na Cozinha (http://atirenodramaturgo.zip.net/). Uma honra pra mim, pois admiro muito o trabalho dele e também ele como pessoa. Nunca pensei que as besteiras que eu escrevo aqui pudessem interessar a ele. Aliás, não me sinto digna de ser lida por muita gente que eu sei que entra aqui sempre. Escrevo porque sinto vontade e sei que quase nada é relevante. Mas saber que tem gente que se interessa me faz bem. Algumas coisas que eu escrevo até me dão vergonha quando volto a ler, mas eu decidi nunca apagar nada, porque se eu escrevi aquilo é porque é o que eu estava pensando ou sentindo naquela hora.

A primeira vez que vi o Mário, acho qeu ele nem sabe disso, foi na frente do bar das Amistosas, na Augusta, há pouco mais de um ano, agosto de 2007. Aquele sujeito encostado na parede de fora do bar, com um copo na mão e fones nos ouvidos, calça larga, camiseta largada com uma camisa por cima e coturnos velhos com os cadarços desamarrados (como eu disse no post anterior, nossa memória nem sempre é fiel aos fatos, mas foi assim que eu guardei a imagem dele) me pareceu um personagem de algum filme ou história em quadrinhos. Ouvi alguém dizer que ele era dramaturgo, mas na época eu nem sabia direito o que era teatro, tinha assistido no máximo uns dois ou três espetáculos. Foi depois de um tempo que comecei a conhecer a obra dele, li muita coisa do que ele escreveu e assisti algumas peças. Gostei muito, me identifiquei e virei uma admiradora. Mas uma admiradora que tem medo dele, porque ele está sempre num canto do bar só com os amigos de sempre, com uma cara meio fechada que não deixa a gente saber nunca o que está pensando, se está ou não pra conversa. Então, prefiro ficar longe e não puxar muita conversa. Mas quem vê aquele cara todo durão, com cara de mal, não imagina como ele consegue fazer a gente se emocionar tanto com o que escreve.

Sempre que posso assisto suas peças e leio o seu blog. Só a Nossa vida não vale um Chevrolet assisti umas cinco vezes, e todas me tocaram de maneira diferente. Estava ansiosa pra ver Pilha de Pratos, pois todo mundo falava que é o melhor texto dele e sei que também é um dos que ele mesmo mais gosta, junto com Homens Santos e Desertores.

Na verdade, eu tinha muito mais coisas pra falar sobre o espetáculo, alguns amigos tinham falado pra eu escrever, mas eu disse que estava esperando pra ver o Homens Santos e escrever sobre as duas juntas. Fui assistir essa mas acabou passando, perdi o timing por causa de várias coisas que aconteceram na última semana. Só queria deixar aqui mais uma coisa que me chamou muito a atenção e que é o que pega todo mundo que assiste. É incrível o jeito como ele grita um monte de coisas de uma maneira quase violenta e depois faz a gente ficar ali só olhando enquanto tudo aquilo que foi dito borbulha dentro da gente. Acho que é o momento de silêncio mais expressivo que já vi. E não tem quem não saia de lá dando mais valor pra vida, ou pra o que a gente pode fazer dela enquanto tem.

Valeu Mário. E vai se foder... ;)


Quem ainda não foi, aproveita, porque são poucas apresentações e só Deus sabe quando vamos ter outra oportunidade.


Ah! E as músicas... Ah, as músicas...

3 comentários:

Anônimo disse...

vou rever hoje, amiga!
Beijos

Pollyana Barbarella disse...

Nossa, eu também queria muito rever!
Pena... Beijos!

Anônimo disse...

Faço minhas as suas palavras ! Também sinto o mesmo em relação ao MB .....
Bjs .