terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Sei lá...
Final de ano é mesmo uma droga!
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
E também...
É só isso que eu tenho feito mesmo, e daí?
"O que havia de chocante nisso não era particularmente a traição em si, embora isso me torturasse também muito, sobretudo à noite, mas o fato de um escritor ser trocado por um médico. Ah, os médicos. Se soubessem como eu odeio os médicos e a utilidade de seu conhecimento, ao mesmo tempo em que desprezam essas coisas menores e sem sentido como um Modigliani ou Por Quem os Sinos Dobram ou Kind of Blue. Um cruzeiro e muitas praias portanto, que é, como todos sabem, o paraíso da estupidez no espaço entediante de areia e mar. E na montanha? Aqui na montanha vêm os egocêntricos olhar o mundo de cima.
Ironicamente, era um sujeito que tinha publicado três livros pela minha editora. E eles venderam mais que os meus, porque qualquer coisa que venha com regras de funcionamento para a felicidade vende como água hoje em dia. São livros de bolso que dizem o que fazer para que as pessoas vivam mais, mesmo que se quixem o tempo todo enquanto estão vivas."
Corpo Presente, João Paulo Cuenca
"Gostaria de escrever algo como 'as grandes cabeças da minha geração', mas essa é toda uma linhagem de chatos queixosos. Encaro seus olhos e só vejo o reflexo do vazio em cada um de nós, entre óculos de aro grosso, orelhas amassadas, sob cabelos pintados de loiro, em diários na rede, programas de auditório e sessões sofisticadas de cinema, é tudo a mesma grande coisa, só a repetição de padrões regurgitados e atitudes velhacas, como se nada mais houvesse ou fosse possível fora dessa nostalgia vazia.
Mas quando deito na cama, me escondo nas cobertas e choro, quem olha por mim? Quem olha por um homem que chora por excesso de opção? Quem desata o nó dentro de quem quer demais? Quem perdoa esse que confunde tudo, frustra planos, mata o que não chega a nascer? Quem alivia quem não merece? Ninguém vai rezar esse terço. Invejo a dignidade de quem chora por tristeza.
A pior coisa que pode acontecer com qualquer estética é ser adotada pela classe média. Mas não é isso que a gente acaba querendo mesmo?
O ápice é antes, logo antes dessa adoção em massa. É ali que eu quero estar. O povão tira o molho de qualquer coisa, meu caro. Note bem que é antes, não nunca.
Ah, acho que a gente só sente vergonha do que não entende. Se você apenas vive e experimenta a vida por aquilo que ela é, não sente vergonha. Não sente. O probleme é que, às vezes, sentir vergonha faz parte do tesão.
Você percebe que a única categoria de infidelidade realmente existente é a autocometida? No limite, eu só devo fidelidade a uma pessoa. Eu preciso ser sincero comigo mesmo - não posso continuar escondendo coisas de mim. Eu não quero continuar mudando de assunto e driblando pensamentos, ninguém precisa disso. Eu não posso continuar me sabotando. E não há quem me obrigue a não ser sincero. Não pode haver.
Toda vez que Alberto senta para escrever, não consegue desenvolver nenhuma idéia, acha tudo coisa passada, já escrita, sente-se como uma criança montando um quebra-cabeça montado e desmontado milhares de vezes. Açberto imagina todos os outros que já estiveram debruçados em sacadas, olhando para o céu, fumando, tomando decisões idiotas, sem perspectiva. Alberto é ingênuo o suficiente para pretender ser original e acreditar nisso. Escreve por orgulho. Além de talento, falta-lhe vergonha na cara - como tem pânico de morrer, acha que o que escreve pode sobreviver a si mesmo."
sábado, 27 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
You gotta be cool, you gotta be strong
E hoje eu fiquei muito feliz por reencontrar algumas das pessoas que estavam comigo nessa época. E uma coisa me fez pensar, ao mesmo tempo em que me reconfortou por ajudar a reafirmar certezas que eu já tinha. A certeza de que nunguém tem certezas. Principalmente quando se trata da própria vida e de que caminho tomar. A vida é um jogo no qual a gente sempre aposta no que acha que é o mais certo na hora, mas nunca com a certeza definitiva de que aquiela é a melhor escolha. E, o pior (ou melhor), é que nem sempre como em um jogo de dados, ou de cartas vamos conseguir descobrir se outra opção seria melhor.
Mas precisamos arriscar, de acordo com nossa intuição, e acreditar na sorte, mesmo sem a certeza de que ela está a nosso favor...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Fazer o que?
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Mãe é pra essas coisas
Mulher: Nossa, quanto tempo! E seus filhos, tudo bem?
Mãe: Ah, tudo bem, essa aqui é a minha filha mais velha.
Mulher: Nossa, é uma moça, já! Lá em casa também tá todo mundo grande. Já tenho dois netinhos até.
Mãe: Eu acho que neto eu não vou ter mesmo, já até desisti.
Mulher: Imagina, ela é nova ainda, uma menina.
Mãe: Menina nada, já tem quase trinta anos nas costas!
Eu: ...
sábado, 20 de dezembro de 2008
Colecionando citações
Só que, por enquanto, ando meio preguiçosa e sem idéias para colocar aqui. Por isso, assim como fiz dois posts atrás, vou roubar os pensamentos de outra pessoa.
Na verdade, já coloquei outras coisas desse cara aqui. Eu já tinha lido alguns textos dele, mas na semana passada assisti pela primeira vez um de seus filmes e gostei muito. Gostei e fiquei ainda mais fã dele. Porque um dos principais motivos (talvez o único) para eu gostar de alguém é a paixão. É perceber que a pessoa vive com paixão e faz algo pelo que é apaixonada. E com esse filme dá pra perceber que ele é assim.
O filme fala sobre o amor e mostra como esse sentimento não é nada simples e nada fácil de entender e de sentir, nem mesmo por quem sente. Ah, e que, como disse uma vez a minha amiga Rafa, o amor é uma questão de timing.
Tá, vou parar de enrolar. O filme é o Separações (2002), do Domingos de Oliveira. Ele mesmo interpreta um diretor de teatro, casado com uma atriz vinte anos mais nova (a arte imita a vida, e vice-versa). Na história, ele propões à mulher que dêem um tempo no casamento e ela acaba aceitando. O que ele não esperava é que ela fosse se apaixonar por outro homem. Depois vem o sofrimento, a dúvida, o fundo do poço, a negação, a negociação, a revolta, a aceitação...
Aí vão algumas coisinhas que tirei do filme:
:: O amor é o efeito colateral do sexo.
:: Amar é querer o bem do outro. Mas e quando o bem do outro é o seu mal? (Depois ele muda de idéia e diz que o amor é uma selvageria)
:: O homem (no sentido de ser humano, o que inclui a mulher) só é fiel patologicamente.
:: a paixão é a única moeda cósmica que temos à nossa disposição .
:: É melhor se arrepender de ter feito do que de não ter feito.
:: O homem tem que terminar tudo aquilo que ele começa.
:: A verdadeira liberdade de um homem não é seguir os seus impulsos, é seguir as suas escolhas.
Também tem as poesias lindas que ele escreve para a Glorinha no filme, as perguntas que ele escreve pra fazer pra ela e o texto do final, sobre o homem lúcido. Vale a pena assistir. Tem nas locadoras, até aqui na roça eu achei.
E agora no final do ano estréia o novo dele nos cinemas, Juventude, que eu estou louca pra assistir.
Aqui um trechinho do Separações:
E o trailer do Juventude:
Nada como um novo ano para tentar recomeçar
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Coisas que aprendi em um livro
Que, em relação ao tipo de mulher que se alimenta da própria sedução, machos com algum discernimento e amor-próprio colhem os favores possíveis e depois pulam fora.
Que a curiosidade é o primeiro passo para o desejo.
Que o ciúme, ao contrário do que sugerem os folhetins, não é indício de afeição.
Que não há maior ingenuidade, e pretensão, do que achar que possuímos alguém.
Que o encanto, e a maldição, das histórias é não se poder aferir se são reais ou não.
Que apaixonar-se é, antes de tudo, uma arte da imaginação.
Que os sedutores, em geral, são homens lidos.
Que amar é gostar da mesma música.
Que a coisa mais sublime que uma mulher pode fazer por um homem é participar, como cúmplice, de suas mentiras.
Ah, é!
E por que me sinto uma boba quando a gente conversa e depois fico com vergonha por ter falado tanta bobagem?
E por que eu não vou me meter com alguém do meu tamanho, em vez de procurar encrenca com quem é maior e mais forte?
Relacionamentos mal resolvidos
Por que a gente sempre prefere o que é proibido?
Por que a gente sempre quer o que é impossível?
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Chupinhado do antigo blog do meu irmão inteligente
valendo um doce
(tirado de uma criança)
.por que crianças falam demais?
.por que crianças falam?
.por que crianças?
domingo, 14 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Engraçado
Mas agora eu ando rindo de tudo isso. É muito engraçado como a gente pode encontrar gente tão parecida com a gente, apesar de tão diferente ao mesmo tempo. Gente que em alguns meses de convivência parece que é amigo de infância, que te conhece desde sempre. Essa gente pode nunca ter contado como chegou até aqui, mas nem precisa, porque você sabe que grande parte do caminho foi o mesmo que você fez. E, por isso vocês se entendem tanto, e tão bem.
Médicos
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Primeiras resoluções para 2009
:: não deixar que coisas ruins me abalem tanto
:: fazer um curso de gastronomia
:: aprender francês ou espanhol
:: voltar a fazer aulas de dança e sair mais pra dançar
:: cozinhar mais para os amigos
:: ler tanto quanto tenho lido, ou mais
:: ver mais filmes, principalmente os clássicos que ainda não assisti
:: manter os amigos que fiz neste ano
:: viajar mais, nem que seja só no final de semana
:: ir à Flip e ao festival de blues em Rio das Ostras
:: ir a mais shows
:: descobrir uma história que se torne uma obsessão
:: manter os quilos que ganhei no final do ano
:: ir mais ao parque Villa Lobos para andar de bicicleta
:: tomar café da manhã na padaria mais vezes aos domingos
:: ir a mais exposições de arte
:: ir mais vezes assistir concertos na Sala São Paulo, que é linda
:: assistir um espetáculo de dança e uma ópera, que eu nunca vi
:: ter foco
:: falar o que eu sinto, mesmo quando não for bom
:: pedir ajuda
:: não deixar para depois o que posso fazer na hora
:: aprender a fazer diálogos
:: variar
:: fazer um filme, nem que seja com o celular
:: conhecer (ou descobrir) o homem da minha vida (hahaha)
:: guardar dinheiro
:: morar em um lugar mais perto da civilização
:: me dedicar mais às pessoas que realmente gostam de mim
:: tirar mais fotos
:: ser menos birrenta
:: me valorizar mais, porque eu sou foda, mas não enxergo isso
:: ah, e ter paciência se tiver que fazer o que não gosto pra ter dinheiro pra fazer tudo o que gosto
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Como a gente é boba
E o pior é que a gente sabe que é besteira e sofre mesmo assim...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Um pouquinho de moda
A camiseta de banda _ essa injustiçada
Anualmente leio por aí novas-velhas versões da famosa lista de itens clássicos de um guarda-roupa. Camisa branca, vestido preto, aquela ladainha... Chegou a hora de exigir novas inclusões. A principal delas: uma camiseta de banda.
A "camiseta de banda" (termo que inclui cantoras, cantores, trios, instrumentistas, bondes, duplas etc) é um clássico incontestável. Sobrevive há décadas, em meio a tendências furadas e pirotecnias de temporada. A minha primeira eu ganhei de uma tia, aos 7 anos. Era da Madonna: uma foto PB da época de "Into the Groove", uma moldura de oncinha e rabiscos, em rosa e amarelo, bem 80. Usei até desbotar.
Depois vieram muitas: New Kids on the Block (hahaha, é verdade!), Sonic Youth, Cash, Guns, Manic Street Preachers, Jesus & Mary Chain, CSS, Bowie, bom, pencas. Algumas eu usei por cinco, seis anos. Agora estou querendo fazer uma da Dolly Parton e outra da (be-lís-si-ma) Grace Slick (do Jefferson Airplane).
Tem gente que compra camiseta de banda a partir do hype do momento. Enfim, fazer o quê, depois passa. O importante é que a maioria usa como se fosse assim uma camisa de time, sabe, com aquele fervor todo no coração. Às vezes a camiseta vira assunto, cria amizades, inimizades, inicia romances, junta novas bandas, ajuda a escrever histórias (ou a resgatá-las).
Além disso, pode ser feita com silk, numa das famosas lojas de estamparia da Galeria do Rock, com canetinha, tinta de tecido, fita adesiva etc A camiseta de banda, nesse sentido, é bem punk, sem grife, sem logo. Vale mais a força da canção.
Para a infelicidade de muitos, a camiseta de banda ainda é tida como coisa de criança, de adolescente. Bobagem. A MÚSICA é coisa grande. Ela desafia o tempo.
Minhas camisetas de banda. A do Velvet, que é a banda que eu mais gosto, comprei no Mercado Mundo Mix e a do Arcade Fire, que eu conheço só algumas músicas, mas achei a estampa linda, comprei no site Reverbcity, que faz camisetas exclusivas de bandinhas "hype". Também comprei lá uma do I´m from Barcelona verde e linda, inspirada na música I have built a tree house, que tem uma casa na árvore, crianças e vários discos de vinil.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Cabeça vazia é oficina do diabo
As caçadoras escolhem uma vitma, uma presa, e a perseguem obstinadamente até abatê-la.
As pescadoras jogam a linha com o anzol e puxam o que vier na primeira fisgada. Isso quando não preferem jogar a rede...
Cubo Mágico
Hoje, li uma frase dele que tem a ver com o que eu disse sobre agradecer por estar viva, em um dos posts anteriores:
"Pensando nisso, dá pra dizer que minha semana foi cheia de momentos inéditos por natureza. Logo, cheia de vida."
Sem resolução
- Acho que teria ciúmes, porque você é muito carismática.
Alternativas:
a - Sou, né?
b - Mas quando eu amo, eu amo de verdade.
c - Mas por você eu ficaria antipática.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Ya no sé que hacer conmigo
Ya tuve que ir obligado a misa, ya toqué en el piano "Para Elisa"
ya aprendí a falsear mi sonrisa, ya caminé por la cornisa
ya cambié de lugar mi cama, ya hice comedia, ya hice drama
fui concreto y me fui por las ramas, ya me hice el bueno y tuve mala fama
ya fui ético y fui errático, ya fui escéptico y fui fanático
ya fui abúlico y fui metódico, ya fui púdico fui caótico
ya leí Arthur Conan Doyle, ya me pasé de nafta a gasoil
ya leí a Breton y a Molière, ya dormí en colchón y en sommier
ya me cambié el pelo de color, ya estuve en contra y estuve a favor
lo que me daba placer ahora me da dolor, ya estuve al otro lado del mostrador
y oigo una voz que dice sin razón,
vos siempre cambiando ya no cambias más
y yo estoy cada vez más igual,
ya no sé que hacer conmigo
ya me ahogué en un vaso de agua, ya planté café en Nicaragua
ya me fui a probar suerte a USA, ya jugué a la ruleta rusa
ya creí en los marcianos, ya fui ovo-lacto vegetariano, sano
fui quieto y fui gitano, ya estuve tranqui y estuve hasta las manos
hice un curso de mitología pero de mí los dioses se reían
orfebrería la salvé raspando, y ritmología aquí la estoy aplicando
ya probé, ya fumé, ya tomé, ya dejé, ya firmé, ya viajé, ya pegué,
ya sufrí, ya eludí, ya huí, ya asumí, ya me fui, ya volví, ya fingí, ya mentí
y entre tantas falsedades, muchas de mis mentiras ya son verdades
hice facil las adversidades, y me compliqué en las nimiedades
y oigo una voz que dice con razón
vos siempre cambiando ya no cambias más
y yo estoy cada vez más igual
ya no sé que hacer conmigo
ya me hice un lifting, me puse un piercing, fui a ver al Dream Team y no hubo feeling
me tatué al Ché en una nalga, arriba de mami para que no se salga
ya me reí y me importó un bledo, de cosas y gente que ahora me dan miedo
ayuné por causas al pedo, ya me empaché con pollo al spiedo
ya fui al psicólogo, fui al teólogo, fui al astrólogo, fui al enólogo
ya fui alcohólico y fui lambeta, ya fui anónimo y ya hice dieta
ya lancé piedras y escupitajos, al lugar donde ahora trabajo
y mi legajo cuenta a destajo, que me porté bien y que armé relajo
y oigo una voz que dice sin razón
vos siempre cambiando ya no cambias más
y yo estoy cada vez más igual
ya no sé que hacer conmigo
Descobri...
El cuarteto de Nos
No tengo penas ni tengo amores
Y así no sufro de sinsabores
Con todo el mundo estoy a mano
Como no juego, ni pierdo ni gano
No tengo mucho ni tengo poco
Como no opino no me equivoco
Y como metas yo no me trazo
Nunca supe lo que es un fracaso
Alegría y tristeza es lo mismo para mí
Que no me interesa sentir
Porque en el ángulo de la vida
Yo he decidido ser la bisectriz
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
No me involucro en la pareja
Y así no sufro cuando me dejan
A nadie quise jamás en serio
Y entonces nunca lloro en los entierros
No pasa nada si no me muevo
Por eso todo me chupa un huevo
Y no me mata la indecisión
Si "should I stay, o should I go"
Ojos que no ven corazón que no siente
Dijo un ciego cornudo una vez
Y no soy como Hamlet Perez
No me importa nada si ser o no ser
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Dirán algunos, "Ay! que insensible" (Ay! que insensible)
Otros dirán "Que vacío y simple" (Vamo' Roberto)
Y esas palabras las lleva el viento
Como no escucho, no me caliento
No estoy arriba ni abajo
Ya ni mejoro ni voy a empeorar
Y como nunca empiezo nada
No me pone ansioso poder terminar
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
Ohhh, así soy yo
(Así) Ohhh, así soy yo
Diferança
sábado, 6 de dezembro de 2008
Encontros BRAVO! Fnac
Terça-feira que vem, dia 9, tem mais um Encontro BRAVO! Fnac, na Fnac Pinheiros, às 20h. Dessa vez, o debate vai ser sobre cultura pop e contará com a participação da jornalista Sarah Oliveira, que era VJ da MTV.
Fnac Pinheiros
Av. Pedroso de Moraes, 858
São Paulo - SP - Pinheiros
Tel. (11) 3579-2000
Dia 9 de dezembro, às 20h
Leia a matéria da Bravo! aqui.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Quero escrever
Não tenho saído, nem tomado cerveja, nem conheci ninguém novo, nem estou apaixonada, nem tenho ido ao cinema, muito menos ao teatro.
Tenho lido, testado receitas novas na cozinha, hoje fui ao dentista e comecei a fazer terapia. Ah, e finalmente a Bravo! desse mês chegou aqui na roça e eu achei a capa linda! Mas ainda não li.
Sinto saudades do Daniel, do Albérico, da Priscila, da Renata, do Gui, da Dri, da Rafa, da outra Dri me chamando de Mary, do Paulo falando suas idéias mirabolantes que eu não entendo, de ver a Fabi chegando tarde da noite e dar um abraço nela, de ver o Mário encostado no balcão do Parlapatões, de encontrar o Jordão e reclamar que ele nunca fala comigo, da Marcinha, do Vlad me proibindo de sair do bar com a garrafa e me aconselhando a ter juízo, de ir ao teatro, de comer milho verde e tomar cerveja. E de conversar com o João e combinar um Filial, mesmo a gente nunca indo (mas só de saber que é ali do lado...).
Não sei quando volto pra São Paulo, mas se alguém quiser vir me visitar, vai ser um prazer.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Fernando Pessoa
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!
Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.
Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
É simples
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
De um livro aí...
"Se, em nosso espírito, atribuímos a essa época um caráter de arbítrio e violência grosseira, o motivo reside apenas no fato de que tradições, memórias, romances e novelas transmitiram somente casos típicos de violência e brutalidade.
As regras da sociedade
"O principe Vassili sempre falava com indolência, como um ator que recita um papel de uma velha peça teatral. Ana Pavlovna Scherer, apesar de seus quarenta anos, era, ao contrário, cheia de vida e entusiasmo. Este entusiasmo tornara-se para ela uma função social e mesmo quando se sentia abatida, era obrigada a se mostrar entusiasta para não decepcionar os amigos.
Cada convidado cumpria o ritual de saudar esta tia que ninguém conhecia, que não interessava a ninguém e da qual não esperavam nada. Ana Pavlovna ficava assistindo às saudações com uma atenção melancólica e solene, aprovando silenciosamente. A tia perguntava a todos pela saúde, falava de sua própria e da de sua majestade, a imperatriz, que, graças a Deus, hoje estava melhor. Todos os que dela se aproximavam por polidez, afastavam-se com o sentimento de alívio que se sente após haver cumprido um dever enfadonho para não mais lembrá-la o resto da noite."
As regras do indivíduo
"Quando Pierre deixou seu amigo, já passava d euma hora. Era uma dessas noites brancas de junho, uma típica noite de São Petersburgo. Pierre tomou um fiacre com a intenção de recolher-se. Mais quanto mais se aproximava de casa, mais sentia que seria impossível dormir numna noite assim, que lembrava mais o crepúsculo ou a madrugada. Seu olhar perdia-se nas ruas desertas. Continuando seu caminho lembrou-se que o habitual grupo de jogadores deveria estar reunido na casa de Anatólio Kuraguin, depois haveria uma bebedeira que terminaria por sua diversão favorita. "Seria muito agradável ir até lá, pensou. Mas logo lembrou-se da palavra de honra que empenhara ao príncipe Andriei. No mesmo momento, como acontece com as pessoas chamadas 'sem força de vontade', sentiu um forte desejo de, pela última vez, saborear esta vida desregrada e decidiu-se a ir. Considerou, imediatamente, que a palavra dada ao príncipe Andriei nada significava, pois antes já a dera a Kuraguin. 'Afinal', pensou, 'todas estas palavras de honra não passam de convenções, desprovidas de sentido, principalmente quando a gente pensa que pode morrer amanhã ou acontecer-nos uma desgraça, e então não haverá mais honra nem desonra'. Eram-lhe frequentes tais raciocínios que destruíam todas as suas decisões e projetos. Rumou para a casa de Kuraguin."
E a gente ainda acha que é livre...
Sabe aquele negócio...
Eu tive a felicidade de encontrar alguns amigos assim recentemente. Uma delas volta na semana que vem, depois de uma temporada fora do Brasil. Sabe o que é chorar sozinha na rua de saudade de uma pessoa e não conseguir ir mais ao lugar que vocês costumavam frequentar porque ela não estava lá? Ela fala a minha lingua e acho que foi a primeira pessoa que entandeu o que eu queria dizer. E teve paciência mesmo quando não concordava. Hoje tenho certeza de que algumas pessoas podem passar tempos longe, mas a amizade e o amor não se abalam.
Outras pessoas assim não estão tão longe, mas têm me mostrado o que é ser amigo de verdade e se preocupar com o outro. E eu não sei mais como poderia viver sem eles. Queria agradecer a vocês. Muito!
Como falei do texto do Marcelo Montenegro, aí vai ele, com uma música emocionante do Brum ao fundo.
Nossa!
A primeira vez que vi o Mário, acho qeu ele nem sabe disso, foi na frente do bar das Amistosas, na Augusta, há pouco mais de um ano, agosto de 2007. Aquele sujeito encostado na parede de fora do bar, com um copo na mão e fones nos ouvidos, calça larga, camiseta largada com uma camisa por cima e coturnos velhos com os cadarços desamarrados (como eu disse no post anterior, nossa memória nem sempre é fiel aos fatos, mas foi assim que eu guardei a imagem dele) me pareceu um personagem de algum filme ou história em quadrinhos. Ouvi alguém dizer que ele era dramaturgo, mas na época eu nem sabia direito o que era teatro, tinha assistido no máximo uns dois ou três espetáculos. Foi depois de um tempo que comecei a conhecer a obra dele, li muita coisa do que ele escreveu e assisti algumas peças. Gostei muito, me identifiquei e virei uma admiradora. Mas uma admiradora que tem medo dele, porque ele está sempre num canto do bar só com os amigos de sempre, com uma cara meio fechada que não deixa a gente saber nunca o que está pensando, se está ou não pra conversa. Então, prefiro ficar longe e não puxar muita conversa. Mas quem vê aquele cara todo durão, com cara de mal, não imagina como ele consegue fazer a gente se emocionar tanto com o que escreve.
Sempre que posso assisto suas peças e leio o seu blog. Só a Nossa vida não vale um Chevrolet assisti umas cinco vezes, e todas me tocaram de maneira diferente. Estava ansiosa pra ver Pilha de Pratos, pois todo mundo falava que é o melhor texto dele e sei que também é um dos que ele mesmo mais gosta, junto com Homens Santos e Desertores.
Na verdade, eu tinha muito mais coisas pra falar sobre o espetáculo, alguns amigos tinham falado pra eu escrever, mas eu disse que estava esperando pra ver o Homens Santos e escrever sobre as duas juntas. Fui assistir essa mas acabou passando, perdi o timing por causa de várias coisas que aconteceram na última semana. Só queria deixar aqui mais uma coisa que me chamou muito a atenção e que é o que pega todo mundo que assiste. É incrível o jeito como ele grita um monte de coisas de uma maneira quase violenta e depois faz a gente ficar ali só olhando enquanto tudo aquilo que foi dito borbulha dentro da gente. Acho que é o momento de silêncio mais expressivo que já vi. E não tem quem não saia de lá dando mais valor pra vida, ou pra o que a gente pode fazer dela enquanto tem.
Valeu Mário. E vai se foder... ;)
Quem ainda não foi, aproveita, porque são poucas apresentações e só Deus sabe quando vamos ter outra oportunidade.
Ah! E as músicas... Ah, as músicas...
domingo, 30 de novembro de 2008
Sábado de chuva
A imagem embaçada pode não parecer boa, nem o som, nem o tempo, nem o lugar. Mas a sensação que ficou é muito, muito boa. Uma vontade de agradecer por estar viva e poder ver aquilo acontecer.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
...
Sinto falta de vocês, mas, por outro lado, até que tá sendo bom ficar um pouco sozinha.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Até logo
domingo, 23 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Barbarella
Ela tem uma sensualidade meio inocente, mas que sabe usar na hora certa pra conseguir o que quer. Imagina uma cena em que várias mulheres estão deitadas em almofadas fumando em um tipo de narguille gigante, cheia de água e um homem boiando. Quando oferecem a Barbarella e ela pergunta o que é, uma delas responde: "É essencia de homem". Ainda tem a "Excess Machine", que causa por meio de uma sinfonia um prazer tão intenso que leva à morte, as pílulas que servem pra fazer sexo com o contato apenas das mãos e a câmara de tortura cheia de passarinhos que a atacam, onde ela é colocada para morrer, e diz calmamente algo como: "Que coisa mais poética, morrer com esses lindos pássaros".
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa
SORVETE DE CHEESECAKE
Diz a lenda que Joe Kennedy, pai do presidente, pressentiu o crash de 29 ao receber dicas de investimento do garoto que lustrava seus sapatos. Se até o engraxate estava especulando -- especulou o especulador -- era porque a especulação já tinha ido muito mais longe do que qualquer especulador poderia ter especulado.
Eu, modéstia à parte, também farejei que algo ia mal na economia alguns meses atrás, ao entrar numa grande vídeo-locadora e dar de cara com um jogo de panelas (linha Firenze, revestimento de teflon), seis pares de meias brancas (made in China, dez reais) e uma seção inteira dedicada às lingeries. Quando você acha calcinhas onde buscava Hitchcock, só pode concluir que o mercado está completamente desregulado, não?
Na verdade, eu suspeitava que as coisas andavam confusas desde uma remota tarde no século XX em que a banca do seu Arlindo passou a vender água de coco. Em pouco tempo o jornaleiro comprou um freezer vertical e começou a oferecer também cervejas, refrigerantes e bebidas isotônicas, onde antes havia apenas jornais e revistas, abalando assim um dos pilares de meu pensamento infantil -- a crença de que uma coisa era uma coisa, outra coisa era outra coisa.
Preocupado com a quebra de meus paradigmas, comecei a buscar alguma explicação no papo dos adultos. Falavam sobre a globalização, o fim das fronteiras e a abertura dos mercados. Era isso: seu Arlindo estava abrindo um mercado. E não só ele, percebi, ao reparar no que acontecia com os postos de gasolina: ali, naquela casinha onde antes funcionava uma borracharia, com uma banheira de água imunda e um pôster da Maria Zilda arrancado de uma Playboy de 85, passaram a vender lasanhas congeladas, papel higiênico, canetas hidrocor e outros itens de primeira, segunda ou terceira necessidade.
O que era o tal fim das fronteiras só entendi nos anos 90, não com desmantelo da Iugoslávia, mas ao deparar-me com um saco de batatas-fritas sabor churrasco. Depois vieram o sorvete de cheesecake, o chocolate de cookies e a pizza de cachorro-quente (e ainda crêem que o mercado se regula?!), mas nem me abalei: já estava claro que uma coisa poderia ser outra coisa e, como vimos nos últimos meses, era possível todas as coisas transformarem-se em coisa nenhuma.
Quando entrei na locadora, portanto, e deparei-me com panelas, meias e calcinhas, entendi que aquele era o apogeu do movimento iniciado lá atrás com os cocos do seu Arlindo e que logo viria a débâcle. O pai do Kennedy, em 29, vendeu as ações e comprou terras e imóveis. Eu, dentro de minhas limitações, apenas aluguei um filme e levei um daqueles pacotes com seis meias, pela incrível bagatela de dez reais. Meias brancas, médias e lisas, como convém. Afinal, em momentos de incerteza, temos que nos refugiar na tradição.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Hummm
Eu sou muito tonta
Foi um pouco sofrido olhar tantas coisas bonitas e não comprar nada. Lembro de um tempo atrás, quando eu não resistia a uma vitrine e pensava: "Ah, vou só ver e experimentar, não custa nada...". E acabava saindo da loja com várias sacolas cheias e a carteira vazia. Lembro também do professor de um curso que eu fiz, sobre marketing, que só se vestia de preto e com roupas sem marcas. Na verdade, ele era muito elegante e estiloso, devia usar roupas caras, mas dizia que por ter trabalhado tanto tempo vendendo produtos, tinha aprendido a não se render à propaganda. Contou até uma história sobre a ocasião em que presenciou uma criança chorando na fila do supermercado por querer um tipo de queijo só por causa da embalagem que tinha mudado e ficado mais bonita (e que ele havia desenhado), enquanto a mãe falava: "Mas você não gosta disso!". E ele ficou com peso na consciência.
Sorte minha que, depois de terminar a Viagem do Elefante, meti na bolsa o primeiro L&PM que achei na prateleira: Sêneca, Aprendendo a Viver. E ele me disse: "A comida deve acalmar a fome, o beber, a sede, as roupas devem proteger do frio, a casa, ser abrigo contra o mau tempo. Não importa se foi construída com taipa ou com mármore importado: saiba que um teto de palha abriga um homem tão bem quanto o de ouro. Despreza tudo o que um trabalho supérfluo estabelece como enfeite e requinte; pensa que nada é extraordinário a não ser a alma e que, para uma alma grande, nada é grande".
E vi que, por volta das 16h, aquele shopping se enche de senhoras muito bem arrumadas e maquiadas, que se reunem para tomar o café da tarde, em cafeterias refinadas. Enquanto isso, nos bancos lá fora, duas amigas de uns 20 anos, também maquiadas e com roupas da moda, conversam, uma morena e uma loirinha com uma sacola de uma loja cara no colo. A morena diz: "Vamos até a Paulista comigo, é só pegar o metrô aqui do lado". E a outra responde: "Mas eu só tenho dinheiro pra voltar pra casa. Dois e quarenta pro metrô e dois e sessenta do ônibus". E, do outro lado das trinta e duas palmeiras enfeitadas com luzinhas de Natal, uma senhora senta ao lado de uma moça com uniforme de uma loja de óculos, que escuta música com fones de ouvido, e diz: "Moça, se eu fosse você chegava mais pra lá porque eu vou fumar". E ela diz: "Não tem problema". Aí, a velha começa a falar do feriado da próxima quinta e a moça desata a falar coisas como: "É uma droga esse feriado, eu vou trabalhar de qualquer jeito, das 10 às 10 e a única coisa que ganho a mais é 20 reais, pelo menos dá pro lanche, se bem que esse shopping é tão caro que nem pro lanche dá, e eles nem dão vale alimentação. Esses negros são preconceituosos contra eles mesmos, porque não tem dia da consciência branca? Se alguém me chama de branquela, pra quem eu vou reclamar? Foi a Marta que fez esse feriado pra ganhar voto, mas não adianta nada. Eu só trabalho nesse shopping pra pagar a faculdade, porque sou sozinha aqui em São Paulo. Mas esse é o último ano. Não suporto esses judeus mal educados que não olham nem pro lado e tratam a gente com grosseria. Na loja que eu trabalho todo mundo tem que ter tatuagem, piercing, por causa do estilo da marca, né? Mas aqui a gente não pode mostrar nada porque os judeus olham feio. E sábado então, que eles nem pegam em dinheiro! Mas eu tô em horário de almoço, deixa eu voltar pra loja. Passa lá depois pra comprar um óculos comigo". Ah, e teve também a gerente de uma loja suuuper chique de decoração que chamou a funcionária lá fora pra conversar: "A gente vai te efetivar, eu preenchi esse formulário com a sua avaliação. Coloquei excelente em tudo, menos em produtividade e interesse, porque você é nova e acho que pode fuçar mais no sistema pra aprender. Agora você assina e a gente manda pra eles. Você tá gostando? Vai querer ficar mesmo? Ótimo. Esse papel já tava aqui comigo há um tempão pra preencher e mandar, sabe? Mas é que nunca dá tempo. Assina aí e a gente manda logo." E a moça "Ficou bonita a decoração de Natal que a loja fez, né?". E a gerente: "É, vamos?".
Depois, a noite, fui assistir Uma pilha de pratos na cozinha, texto do Bortolotto, no Satyros 1. Enquanto esperava minha amiga Priscila tomando um café no bar do Parlapatões, vi passar um homem maltrapilho, provavelmente um morador de rua, que, por cima das roupas velhas e sujas, usava um chambre (que palavrinha!) com losangos azuis e vermelhos, limpo, quase brilhante, que chegava a dar um ar elegante a ele. E me fez sorrir.
Assisti o espetáculo, senti o estômago contraído e gelado nos minutos finais e vi gente chorando. Quando saí só senti vontade de falar uma coisa: "Vai se foder!". Por que você acha que tem o direito de jogar essas cosias assim na nossa cara? E por que você faz isso tão bem? E sem rodeios, sem vergonha, sem nem disfarçar...
Saí e lembrei de novo do que tinha lido de manhã: "Discordo daqueles que se jogam no meio das ondas e que, atraídos por uma vida tumultuosa, lutam, cotidianamente, com grande ânimo, contra as dificuldades das coisas. O sábio o suporta, não o escolhe, prefere a paz à luta; não é muito útil abandonar-se aos próprios vícios se é preciso lutar contra os alheios. (...) Alguns se vangloriam dos seus vícios; e tu pensas que busca remédio quem enumera os seus vícios como se fossem virtudes?"
E cheguei em casa antes da meia-noite, pensando e rindo sozinha...
terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Sabe aqueles dias...
Tô assim hoje.
Tô carente.
Quero colo.
Buá!
:(
Carta a um jovem ator
Abaixo, conselhos práticos para ser feliz. Sempre lembrando que o bom conselho é aquele que a gente não tem que seguir.
1. Viver cada dia como se fosse o último. Já fizeram um ótimo filme sobre esse assunto. Um filme de jovens, A Sociedade dos Poetas Mortos. Carpe Diem. Sim, porque cada dia pode ser o último. Por exemplo, cada filme que faço pode ser o último. As produtoras pdoem não querer mais botar dinheiro, eu posso não ter mais vontade de fazer filmes e posso, naturalmente, morrer antes das filmagens. Viver cada dia como se fosse o último é, na verdade, viver bem enquanto se pode. Tirar de cada momento o máximo que tiver para dar. Como eu estou fazendo com este momento aqui. Viver cada dia como se fosse o último não é ficar pensando na morte. É prezar a vida. Saber de todos os prazeres que ela pode dar e aproveitá-los. Avidamente.
2. Respeitar os seus desejos. a máquina de desejar do homem é muito frágil. Enguiça com muita facilidade. Se você me convida para tomar um sorvete e eu digo "Ah, não quero não", é capaz de você desistir de tomar o sorvete. E este será um sorvete a menos na sua vida. Porque desejar é viver. O desejo é a fonte de toda saúde, de toda produtividade. Ele tem que ser cuidado, respeitado. O menor desejo de um homem deve ser atendido o mais depressa possível. Se contrariamos muito alguém, por exemplo, obrigando-o a acordar todos os dias às 6h da manhã para ir trabalhar naquilo que não gosta, a máquina quebra. Depois de algum tempo, esse homem não deseja mais nada. E, não desejando, deseja o mal. Não deixe isso acontecer com você. Todo mundo tem que fazer o que gosta. Todo mundo tem que ganhar dinheiro no final do mês para pagar suas contas. O Herói Moderno, o sábio, o gênio moderno, é aquele que consegue unir essas duas coisas. Esse deveria ter as suas mãos beijadas nas ruas.
3. Mas seja humilde. Com o grau elevado de auto-estima, porém humildade. Humildade é sinônimo de inteligência. O homem que sabe, sabe que não sabe. Já o burro ignora sua burrice. Cuidado com os burros.
4. Melhor se arrepender de ter feito do que de não ter feito. Exemplo simples: garota ao seu lado. Você tem vontade de agarrá-la. O máximo que pode acontecer é ela te dar um tapa, se você agarrá-la. Se não, o mínimo que pode acontecer é você ficar batendo com sua cabeça na parede de arrependimento. Diante da dúvida, não fazer é uma atitude antiga, do século 20. Chama-se a cautela. Uma atitude careta, por assim dizer. Uma coisa boa para as crianças.
5. Você deve terminar tudo aquilo que começa. Um curso um namoro, nem de sair do filme no meio eu gosto. Terminar aquilo que se começa é o segredo, que ninguém nos ouça, da produtividade e, portanto, da riqueza. Somente terminando aquilo que você começou é que você vê se era um lixo ou uma maravilha. Começar sem acabar é depressão. Você deve ir até o fim. Até a vida.
6. Tudo é sexo. Gente, essa eu não preciso explicar. Sexo é a força da qual emana tudo. Talvez seja o sexo que une os átomos, tornando a matéria coesa. Até hoje acho que, quando um homem e uma mulher enfiam-se um dentro do outro, a Terra treme. Os jovens de hoje dão menos importância ao sexo do que os de minha geração. Não vamos analisar isso. Mas vamos acabar com isso. Sexo é uma forma de conhecimento absolutamente notável. Somente na cama as pessoas revelam como realmente são, é curiosíssimo, deslumbrante. Muito educativo. O amor é o efeito colateral do sexo. E também a paixão, embora esta tenha maior transcendência. Se existe algo na vida que desperta sentimentos modificadores, isto é o sexo.
Pelo cineasta Domingos de Oliveira, na Bravo! desse mês
Sabe o que eu fiz hoje?
Mas acho que eu estou precisando mesmo é fazer umas compras...
Nossa!
domingo, 16 de novembro de 2008
sábado, 15 de novembro de 2008
Climas
Eu não sei o que quero, mas sei o que eu não quero
Que vontade que me deu de ir pra Barcelona, depois de assistir o novo filme do Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona, ontem! Ele mostra uma cidade onde a arte e a cultura borbulham, onde as pessoas são passionais e as paixões se concretizam, onde existe calor, música, as paisagens e a arquitetura são belíssimas, onde se almoça no jardim e se passeia no campo de bicicleta para apanhar amoras, os homens são sedutores, as mulheres sensuais e se embriagam com vinho, enquanto degustam pratos deliciosos...
Fora o cenário perfeito, imagine um personagem que é poeta, cria obras maravilhosas e nunca as publica por vontade própria. Mas por quê? Para vingar-se do mundo. Ele tem raiva das pessoas e por isso as priva do contato com a beleza de sua arte. Mas, de novo, por que tanta raiva? Porque, mesmo depois de séculos de civilização, as pessoas ainda não aprenderam a amar.
E esse homem, pai de Juan Antonio (Javier Bardem), é o contraponto do principal assunto do filme: a busca pelo amor como forma de atingir a completude. A busca pelo amor racional, identificável e inteligível, que nos faça sentir que não precisamos de mais nada. E esse ´não precisar de mais nada´ tem a ver com a sensação de certeza de que estamos no lugar certo e fizemos as melhores escolhas. Só aí encontraremos a paz. Mas, essa semana, ouvi uma frase ótima (e foi em uma novela da Globo que passa a tarde). A Suzana Vieira falou pro Tony Ramos: "Você procura a paz? Pois eu sei quem quer paz e tem muita paz. Os mortos."
Isso é muito engraçado. E rir foi o que eu mais fiz durante esse filme. A gente nunca vai encontrar durante a vida a plenitude, a satisfação completa. Porque, como acontece no filme com Cristina, sempre vai ter uma coisa fazendo nossas pernas tremerem e quererem mudar de direção. Ou, como acontece com Vicky, sempre vai haver uma pontinha de dúvida se aquela era a escolha certa a fazer. Só que isso acaba sendo um motivo de sofrimento pra todo mundo, enquanto que deveria ser uma razão pra dar risada mesmo, porque a gente está preso à condição humana e isso faz parte de nós. A eterna insatisfação e a eterna dúvida. Não é divertido, no final?
No filme, os personagens que encontraram a paz, a estabilidade, são mostrados como pessoas que levam uma vida monótona e tediosa. E o próprio amor só é visto como algo estimulante enquanto não se torna parte constante da vida das pessoas. Quando ele se concretiza e se estabiliza, perde a graça. É o caso do casal que hospeda as duas turistas. A mulher diz: "Preciso sair da situação em que me encontro. Eu o amo, mas não sou apaixonada por ele." São os desafios e as emoções que movem o ser humano. É aquele frio na barriga que nos faz sentir vivos.
Cristina, a personagem de Scarlett Johansson, é incrível. Não tem medo, quer viver, se encontrar e é motivada por aventuras. Se entrega e experimenta, para saber o que não quer e, quem sabe um dia, descobrir o que quer. E a Scarlett arrasa. A expressão dela quando o pintor faz a proposta de irem para Oviedo, enquanto a amiga está negando o convite é demais. Mas sensacional mesmo é Vicky (Rebecca Hall). Coitada! Essa não sabe mesmo o que quer. E sempre acha que sabe. Ela é a contradição em pessoa. Quer fazer o que é certo, de acordo com suas convicções, mas sempre hesita e acaba cedendo - ao tirar uma foto, aceitar um doce, uma bebida, um convite ou fazer amor. Escolhe uma coisa, mas fica desejando outra, seja qual for sua decisão. Conforme escreveu o João Gabriel, na matéria de capa da Bravo! desse mês, se o filme fosse rock, seria o refrão de Satisfaction, do Rolling Stones - "Eu não consigo ter prazer, mas tento, tento e tento".
O problema é que esse prazer que se tenta ter é um prazer supremo, ideal. Por isso, ele nunca é atingido. O único que parece ter essa consciência é Juan Antonio, que sabe o que quer, sabe o que fazer para conseguir o que quer, conhece e aceita suas limitações e as limitações impostas por cada situação. E vive. Intensamente, mas conscientemente...
O calor maior fica por conta de Maria Elena, interpretada por Penelope Cruz, completamente sem limites, intensa e passional, segue todos os seus instintos sem pensar duas vezes. O oposto de Vicky. É o sangue latino fervente mostrado em seu extremo, beirando a irracionalidade (quase insanidade).
No final, a resposta para tudo parece estar na fala de Juan Antonio, que diz: "Eu e Maria Elena fomos feitos um para o outro, mas ao mesmo tempo, não fomos feitos um para o outro. É uma contradição". Mas, a vida é uma contradição, e nem Woody Allen, nem ninguém, tem uma solução definitiva pra isso.
Oh, pobres humanos!
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Essa veio em boa hora
É, Gabriel, você tem razão...
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Alguém me explica
Eu nunca caí (pelo menos não depois que completei 10 anos de idade), nunca quebrei nenhum osso, nunca fui atropelada, nunca fui assaltada, nenhum passarinho nunca fez cocô na minha cabeça, nunca sujei minha roupa de macarrão na hora do almoço antes de uma reunião de trabalho, nunca fui atacada por cachorro, nem gato, nunca ganhei presente que não gostei, nunca tropecei na rua, nunca uma manicure tirou bife do meu dedo, e quase nem fico doente, nem gripe costuma passar perto de mim.
Mas tudo começou depois de um dos posts que escrevi há um tempo, no qual dizia que era uma pessoa de muita sorte, porque nada dava errado pra mim nunca. Eu estava trabalhando em uma editora que ficava em um lugar muito bonito e com pessoas muito bacanas. Um tempo depois disso, os caras chamaram a equipe e disseram que não tinham dinheiro pra pagar ninguém, que era pra gente aguentar trabalhando enquanto pudesse, pois nem dinheiro para pagar o nosso deslocamento até lá eles teriam. Resultado, tudo mundo abandonou a revista. E até agora nem o cheiro do pagamento pelos meus dois meses de trabalho. Depois, o dono da editora ainda nos chamou para conversar e insinuou algumas ameaças para que ninguém pensasse em processar a empresa.
Na mesma época, ainda tomei um perdido de um cara por quem estava apaixonada...
Mas o mais grave começou há umas três semanas e meia. Primeiro foi meu computador, meu Macbook novinho, que queimou, porque eu fiz a idiotice de derramar líquido em cima dele. Perdi tudo, minha vida...
Depois, foram dois tombos feios na sala de casa (um deles hoje), em uma semana e meia, uma garrafa de chapagne estilhaçada no chão e um acidente de carro. Um capotamento a 30 km por hora às 8h da manhã, na frente do meu prédio, cuja rua é uma subida. Poucos conseguiriam essa proeza.
Dois galos na cabeça, torcicolo, ombro ferrado, um corte no cotovelo, um corte na canela, alguns hematomas...
E eu juro que nunca desejei mal pra ninguém, pelo contrário, quem me conhece sabe que o que eu mais quero é ver todo mundo bem e feliz.
Acho que vou me benzer, tomar um banho de sal grosso, tomar um passe, acender uma vela, um incenso, sei lá... Tô até com medo de sair na rua - apesar de que nem minha casa parece mais segura...
Parece brincadeira, mas não é...